terça-feira, 14 de julho de 2009

Estudos abordam turismo no Marajó

Belas praias, igarapés, vigorosa natureza, culinária exótica e um povo hospitaleiro, rico em diversidade cultural. Essas são as potencialidades turísticas da Ilha do Marajó, localizada na foz do Rio Amazonas, Estado do Pará. Uma ótima opção para as férias do mês de julho. Mas, como explicar o fato de um lugar com tantos atrativos ser também o que abriga municípios com os piores Índices de Desenvolvimento Humano do país? Esse é o questionamento que norteia os estudos do Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo, coordenado pela professora Maria Gorete da Costa Tavares, que teve artigo sobre o assunto publicado em um livro eletrônico editado pelo Ministério do Turismo.

O artigo tem como título “Turismo e desenvolvimento na Amazônia brasileira: algumas considerações sobre o arquipélago do Marajó (PA)”, resultado do projeto “Políticas Públicas: turismo e desenvolvimento socioespacial no arquipélago do Marajó”, iniciado, em 2007, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará. A análise se concentra nos casos específicos dos municípios de Soure e Salvaterra, alguns dos mais visitados dentre os 16 localizados na Ilha. Segundo Maria Goretti, essa região é muito rica em diversidade natural e cultural, mas ainda não utiliza todo o potencial de que dispõe para mobilizar o turismo local.

“Em casos como os de municípios da Ilha do Marajó, o turismo aparece como alternativa para revitalizar economicamente a região. Até agora, Soure e Salvaterra receberam ações muito pontuais. O interessante seria se houvesse investimentos em políticas públicas que pudessem inserir também as comunidades locais nas atividades de geração de emprego e renda em decorrência da movimentação turística na região”, explica a pesquisadora. O artigo aponta, portanto, caminhos que poderiam ser seguidos para alavancar um turismo efetivo, voltado não somente para as potencialidades naturais, mas também para o desenvolvimento econômico.

“Além do ecoturismo, o Marajó poderia ainda investir no turismo patrimonial, cultural, religioso e histórico”, complementa Gorete. O artigo integra a publicação “Turismo de Base Comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras”, que reúne artigos e pesquisas produzidas nos últimos anos por especialistas de diferentes formações. Fruto de parceria entre o MTur e a Fundação Banco do Brasil, o livro foi organizado pelo Laboratório de Tecnologia de Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LTDS/UFRJ) e está disponibilizado eletronicamente com acesso gratuito.

O turismo de base comunitária caracteriza-se por regiões e roteiros onde as comunidades locais assumem a gestão e a oferta de produtos e serviços turísticos, bem como são os principais beneficiados pelo desenvolvimento da atividade. O lançamento da publicação ocorreu no Salão do Turismo 2009, no início de julho, em São Paulo.

Jéssica de Souza - Assessoria de Comunicação da UFPA

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