quinta-feira, 29 de maio de 2008

Santarém: os encantos do sol e da chuva na pérola do Tapajós

Acolhedora e apaixonante, assim é a bela vila de Alter do Chão, no município de Santarém, oeste do Pará. Aos que buscam tranqüilidade e atendimento diferenciado o lugar se torna especial entre os meses de fevereiro a maio, quando o fluxo turístico sofre redução entre outros motivos por causa das chuvas. É justamente nesse período que toda a exuberância da flora e principalmente do rio Tapajós se revelam aos visitantes.Pássaros de todas as espécies e cores, plantas e flores com infinitos e indecifráveis aromas povoam o lugar, que fica ainda mais belo com as cheias do rio. É quando aquela já internacionalizada silhueta de areia branca e águas claras que se exibe em frente à orla da Vila dá lugar a uma imensidão de água verde que nos leva a muitoslugares. Ilha do Amor, Ilha da Fantasia, Lago Verde, comunidades Caranazal, Ponta de Pedra e Pindobal são algumas das opções. Além do Tapajós, o rio Arapiuns e as trilhas Jamaracua não podem ficar de fora do passeio.

O pacote turístico, que pode ser adquirido facilmente em agências como a Travel In Turismo ou nos próprios hotéis, em especial no Belo Alter, nos levam por um passeio inesquecível, que pode começar em uma confortável lancha pelo Lago Verde. No percurso, revoada de pássaros, burburinho dos peixes, uma vegetação aquática sui gêneris. Após 10 minutos de lancha partindo do cais do Belo Alter, um dos mais confortáveis e hospitaleiros hotéis da Vila, chegamos em uma casa inusitada, demadeira, coberta com palha e flutuando sobre o rio em cima de garrafasplásticas de refrigerante. Construída por um estrangeiro que veio fazer turismo, apaixonou-se pelo lugar e resolveu ficar por aqui, a casa virou um atrativo e está em chamadas de centenas de revistas de turismo e meio ambiente.Mas é na Ilha da Fantasia que a natureza do lugar é mais benevolente.São trilhas fechadas por grandes árvores, algumas centenárias, entremeadas por vegetações menores, como a tiririca, algumas plantas frutíferas, como o selvagem jará, tudo sobrevivendo curiosamente dentro de um rio com quase quatro metros deprofundidade. Sob os troncos pequenos insetos e até cobras podem ser vistos à vontade. Além da sombra, da beleza da flora, a fauna também proporciona um belo espetáculo. As aves aproveitam o fim da tarde para festejar a chegada dos visitantes, iguanas e camaleões passeiam livremente no galho das ingazeiras. Ariranhas também podem ser vistas. Ali pertinho nativos levam a vida sem se preocupar com a presença dos turistas, ao contrário, se beneficiam com a situação. É o caso de Luiz Alberto Alves, um dos proprietários de um acolhedor restaurante, às margens do lago. Se não bastasse o cardápio delicioso a base de peixes e iguarias regionais, podemos apreciar pinturas do artista santareno Elton Campos, com temáticas indígenas nas paredes, o que torna o local ainda mais atraente.

Não por acaso o casal Nelmo Luiz e Mary Jane Reuse escolheram Alter do Chão parapassar a segunda lua de mel. O que seria apenas um fim de semana seprolongou por mais de 10 dias. "Moramos aqui pertinho mas não sabíamos que a vila era tão bela nessa época do ano",disse Mary, que confessou não ter pressa para voltar aotrabalho em Manaus (AM), onde o casal tem uma lavanderia industrial.

O próximo roteiro nos leva ao lugar mais procurado em Alter-do-Chão, a Praia do Amor. O nome do lugar dispensa apresentações, embora não apenas os casais de namorados freqüentem o espaço. Famílias inteiras fazem a travessia de menos de 15 minutos da orla da vila até a praia. O meio de transporte é, em sua maioria, feito por pequenas rabetas, a um baixo custo. Livre da poluição, como aliás toda aquela área do Lago Verde, a água se mostra um pouco mais clara na praia de areia branca, para alegria da criançada.

A professora Ruth Fernandes Viana trabalha na ilha com o marido, João Paulo Viana e filhos. Com o aluguel de bananas para quem gosta de se aventurar no meio do rio ela chega a faturar até R$ 400 reais por dia em pleno mês de março, cobrando uma média de R$ 3,00 a cada cinco minutos de passeio.

“É mais do que um trabalho. Só atravessamos pra cá fora da temporada nos finais de semana. É mais pelo nosso lazer do que pelo trabalho. Fazemos isso por que aqui é o nosso paraíso”, conta a paraense de Gurupá que há cinqüenta anos mudou-se para Santarém, de onde não pretende mais sair. Ela conta que já viajou por muitos lugares e garante que as praias de água doce de Santarém não tem iguais em nenhum lugar do Brasil.

Reginaldo Ávila, integrante de um grupo de dez pessoas originárias de Sapucaia do Sul, São Borges e São Gabriel, cidades do Rio Grande do Sul, costuma freqüentar a Ilha do Amor pelo menos um fim de semana por mês. Há seis meses em Santarém trabalhando em uma grande empresa, o grupo diz que ainda não conseguiu ver tudo o que a cidade tem a oferecer. “Só vindo aqui, para ver e sentir como tudo é tão bonito” afirmou o militar Gilmar Dias, em primeira visita à ilha.
Comunidades locais - Localizada a 42 quilômetros da vila de Santarém, apenas seis de carro de Alter do Chão, ou 15 minutos de lancha saindo da Ilha do Amor, chegamos na comunidade de Pindobal. Uma praia tranqüila popular, habitada na maioria por nativos da região. Mas são os estrangeiros que se sentem em casa no lugar. É o caso do ecologista Harald Weinert, na região a serviço de uma ong brasileira que tem parcerias na Alemanha.

“Gosto de Alter-do-Chão, da região de Arapiuns mas meu lugar preferido é Pindobal”, relata Weinert, que está desenvolvendo um projeto voltado para casas familiares rural, que oferece escola alternativa aos nativos.

O argentino Domingo Stefanie mudou-se para Santarém há oito anos. Casou com uma nativa e já tem um filho. Com a família constituída na comunidade, não pensa em voltar mais pra terra natal.

“Aqui parece o caribe. Eu morei em Porto Rico mas não se compara a estas praias de água doce, este clima”, diz o empresário que adotou como mascote do seu supermercado uma réplica do boto Tucuxí, personagem que, junto com o boto Cor-de-Rosa, povoa a imaginação dos admiradores do Sairé, principal manifestação cultural de Santarém, município muito rico em artesanato em cuias, cestarias, e outros.

Divulgação - O empresário de aviação e hotelaria de Santarém, Carlos Zampietro acredita que “os esforços para divulgar o município, que é sede do pólo turístico do Tapajós, não devem se restringir à praia de Alter-do-Chão, ao encontro das águas do rio Tapajós com as do Amazonas na frente da sede municipal, ou ao período de veraneio, quando falta espaço para tantos turistas. Em parceria com a sócia e esposa Irene Belo, Zampietro explica que seu hotel está sempre presente nas grandes feiras e eventos de turismo do eixo nacional e internacional e procura mostrar a variedade e diversidade de opções de passeios. “Temos muitos atrativos no período das chuvas, de fevereiro a meados de maio, como a beleza do nosso rio e lago”, diz Zampietro, ao lembrar que praias temos por todo o Brasil, mas com areia branca e água doce, só na Amazônia, principalmente no Pará.

O casal Altevir Rodrigues e Maria Lúcia Rodrigues, de São Paulo, concorda com Zampietro. Após um curto período hospedados no Belo Alter, em Alter-do-Chão, faziam planos para as férias. “Quando liguei pra casa e contei o que vimos por aqui nossos filhos, em São Paulo, não acreditavam. Já estamos preparando o retorno, com toda a família, para as próximas férias”, contou Altevir.

Para Irene Belo, que integra o Conventio & Visitors Bureau de Santarém, esse tipo de avaliação positiva e promessa de retorno do turista representam muito ao município, que tem no período de chuvas alguns desafios a serem vencidos para que o município alcance auto sustentabilidade e geração de emprego e renda, benefícios que garantem dignidade às pessoas residentes na vila de Alter-do-Chão.

Como chegar – Diversas empresas aéreas fazem vôos diretos de Belém para Santarém. O acesso também pode ser feito de barco, com saídas diárias dos portos de Belém. Coletivos, táxis e outras conduções terrestres levam os turistas do Aeroporto e do porto de Santarém para a Vila de Alter-do-Chão. Consulte a agência Travel In Turismo: +55 (91) 4006-1700 (91) 3210-6300 e-mail: travelin@travelin.com.br, aeroporto@travelin.com.br Site: http://www.travelin.com.br/

Onde ficar – Nossa reportagem indica o Belo Alter, na Vila de Alter do Chão (+ 55 (93) 3527-1230 / 3527-1247 e-mail: reservas@beloalter.com.br
Site: http://www.beloalter.com.br/

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Texto: Benigna Soares – Presidente da Abrajet Pará
Fotos: Elivaldo Pamplona – Repórter Fotográfico da Abrajet Pará

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