Dra. Socorro Costa (centro)e Dr. Adenauer Góes (a direita) recebem o livro "Aritapera: Terra, Água, Mulheres & Cuia" do antropólogo Antonio Santos. Foto: Thiago Figueira/Paratur |
Depois de dois dias de programação no Hangar Centro de Convenções e
Feiras da Amazônia, a 6ª edição da Feira Internacional de Turismo da
Amazônia (FITA), foi encerrada no início da noite deste sábado em uma
cerimônia que contou com o lançamento do primeiro volume da coleção
Mapeamento Cultural do Pólo Tapajós. Após, teve início uma apresentação
da cantora Juliana Sinimbu e do grupo de carimbo de Marapanim e
degustação de sabores regionais como açaí e pato no tucupi, em um
coquetel.
Antropólogo Antonio Santos autor do livro "Aritapera: Terra, Água, Mulheres&Cuias Foto: Thiago Figueira/Paratur |
“Aritapera: Terra, Água, Mulheres & Cuias” é o nome da obra
organizada pelos antropólogos Antonio Maria de Souza Santos, e Luciana
Gonçalves de Carvalho. A Coleção Mapeamento Cultural Polo Tapajós, tem o
objetivo de publicar trabalhos sobre manifestações artístico-culturais
presentes nos municípios de Santarém, Belterra e Oriximiná, dentro dos
objetivos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo no Estado
do Pará (PRODETUR).
O livro aborda a importância da utilização das cuias no universo amazônico e como elas estão inseridas no cotidiano das comunidades ribeirinhas. Feitas do fruto da cueira (Crecentia cujete), a sua utilização possui origem indígena, conforme aparecem em registros de missionários que percorreram o baixo-Amazonas desde o século XVII. O enfoque principal retratado no livro é o distrito de Aritapera, situada na área de várzea do rio Amazonas, há cerca de 4 horas de barco de Santarém, que envolve o trabalho de cerca de 200 famílias, inseridas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém (ASSARISAN ), que foi criada em 2003, com o objetivo de aprimorar a produção e a comercialização das cuias, além de valorizar os saberes e fazeres artesanais da região.
A importância da atividade começou a ser pesquisada desde 1977, por Antonio Santos, atualmente representante do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA) no PRODETUR, relata que de acordo com a própria comunidade, nos últimos 10 anos a atividade vem ganhado maior destaque, resultando na crescente valorização e divulgação, passando a ganhar novas opções de mercado. Esse fato foi constatada a partir de março deste ano, com a aplicação do PRODETUR, quando foi feita uma visita técnica envolvendo profissionais da Paratur e do MPEG ao Pólo Tapajós.
Luciana Carvalho, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e representante da instituição no PRODETUR, nos últimos 10 anos tem sido colaboradora e articuladora dos trabalhos de valorização do artesanato das cuias do Aritapera. Ela coordena o Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia (PEPCA) na UFOPA. “A pesquisa é importante não só pela produção e difusão de conhecimentos, mas também pelo potencial de criação de novas alternativas socioeconômicas para as comunidades”, afirma.
Os textos tratam do artesanato de cuias em diferentes aspectos (modos de fazer, iconografia, importância econômica, cartografia), de histórias de vida de artesãs, da criação da marca coletiva adotada por um grupo de produtoras e de algumas experiências de intervenção e organização da produção e da comercialização das cuias do Aritapera. Esntre os textos selecionados estão trabalhos do próprio pesquisador e de recentes pesquisas desenvolvidas por alunos e colaboradores da UFOPA.
Entre a coletânea de trabalhos inseridos na publicação está:
- Aritapera: uma comunidade de pequenos produtores na várzea amazônica – Santarém-PA (Antônio Maria de Souza Santos – Pesquisador do MPEG/Professor da UEPA)
O livro aborda a importância da utilização das cuias no universo amazônico e como elas estão inseridas no cotidiano das comunidades ribeirinhas. Feitas do fruto da cueira (Crecentia cujete), a sua utilização possui origem indígena, conforme aparecem em registros de missionários que percorreram o baixo-Amazonas desde o século XVII. O enfoque principal retratado no livro é o distrito de Aritapera, situada na área de várzea do rio Amazonas, há cerca de 4 horas de barco de Santarém, que envolve o trabalho de cerca de 200 famílias, inseridas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém (ASSARISAN ), que foi criada em 2003, com o objetivo de aprimorar a produção e a comercialização das cuias, além de valorizar os saberes e fazeres artesanais da região.
A importância da atividade começou a ser pesquisada desde 1977, por Antonio Santos, atualmente representante do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA) no PRODETUR, relata que de acordo com a própria comunidade, nos últimos 10 anos a atividade vem ganhado maior destaque, resultando na crescente valorização e divulgação, passando a ganhar novas opções de mercado. Esse fato foi constatada a partir de março deste ano, com a aplicação do PRODETUR, quando foi feita uma visita técnica envolvendo profissionais da Paratur e do MPEG ao Pólo Tapajós.
Luciana Carvalho, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e representante da instituição no PRODETUR, nos últimos 10 anos tem sido colaboradora e articuladora dos trabalhos de valorização do artesanato das cuias do Aritapera. Ela coordena o Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia (PEPCA) na UFOPA. “A pesquisa é importante não só pela produção e difusão de conhecimentos, mas também pelo potencial de criação de novas alternativas socioeconômicas para as comunidades”, afirma.
Os textos tratam do artesanato de cuias em diferentes aspectos (modos de fazer, iconografia, importância econômica, cartografia), de histórias de vida de artesãs, da criação da marca coletiva adotada por um grupo de produtoras e de algumas experiências de intervenção e organização da produção e da comercialização das cuias do Aritapera. Esntre os textos selecionados estão trabalhos do próprio pesquisador e de recentes pesquisas desenvolvidas por alunos e colaboradores da UFOPA.
Entre a coletânea de trabalhos inseridos na publicação está:
- Aritapera: uma comunidade de pequenos produtores na várzea amazônica – Santarém-PA (Antônio Maria de Souza Santos – Pesquisador do MPEG/Professor da UEPA)
- Histórias de vida e encantos no Aritapera (Ádria Fabíola Pinheiro de Sousa)
- A marca coletiva Aíra e mercados para as cuias do Aritapera (Jeferson Oriente Brelaz Sampaio Júnior)
- Projetos e transformações no artesanato tradicional das cuias de Santarém (Zenilda Maria Bentes)
- Iconografia atualizada das cuias do Aritapera (Ádrea Gizelle Morais Costa)
- Cartografia social das produtoras de cuias do Aritapera (Igor Montiel Cunha)
- A Cuia nossa de cada dia (Rubia Goreth Almeida Maduro)
A apresentação do livro ficou por conta do Secretário de Estado de Turismo, Dr. Adenauer Marinho Góes e as fotografias da artista plástica e fotógrafa Elza Lima colaboram com o embelezamento da obra.
Associação - A região Município de Santarém ficou conhecida pela produção de cuias tingidas e ornamentadas. Constituída de um conjunto de comunidades numa área de várzea, a região do Aritapera tem participado, nos últimos dez anos, de diferentes projetos voltados para a valorização desse artesanato e das pessoas que o produzem - no caso, dezenas de mulheres que se dedicam a esse ofício passado de mãe para filha. No Centro do Aritapera, um grupo de mulheres articuladas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém, construiu, com apoio do Ministério da Cultura e de instituições parceiras, uma bela sede que funciona como um Ponto de Cultura dotado de espaços de produção, convivência, biblioteca comunitária, recepção de visitantes, exposição e venda de cuias. A dinamização do uso desse espaço, a partir de sua divulgação em outras comunidades ribeirinhas, na cidade de Santarém e junto a diferentes públicos externos, é uma expectativa das comunidades que nele investiram e investem cotidianamente. Nesse sentido, o trabalho proposto pela Paratur e pelo Museu Goeldi, de inclusão do Aritapera em seu roteiro de pesquisa e divulgação turística, atende a anseios das comunidades no que diz respeito à valorização de seus modos de fazer tradicionais.
- Projetos e transformações no artesanato tradicional das cuias de Santarém (Zenilda Maria Bentes)
- Iconografia atualizada das cuias do Aritapera (Ádrea Gizelle Morais Costa)
- Cartografia social das produtoras de cuias do Aritapera (Igor Montiel Cunha)
- A Cuia nossa de cada dia (Rubia Goreth Almeida Maduro)
A apresentação do livro ficou por conta do Secretário de Estado de Turismo, Dr. Adenauer Marinho Góes e as fotografias da artista plástica e fotógrafa Elza Lima colaboram com o embelezamento da obra.
Associação - A região Município de Santarém ficou conhecida pela produção de cuias tingidas e ornamentadas. Constituída de um conjunto de comunidades numa área de várzea, a região do Aritapera tem participado, nos últimos dez anos, de diferentes projetos voltados para a valorização desse artesanato e das pessoas que o produzem - no caso, dezenas de mulheres que se dedicam a esse ofício passado de mãe para filha. No Centro do Aritapera, um grupo de mulheres articuladas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém, construiu, com apoio do Ministério da Cultura e de instituições parceiras, uma bela sede que funciona como um Ponto de Cultura dotado de espaços de produção, convivência, biblioteca comunitária, recepção de visitantes, exposição e venda de cuias. A dinamização do uso desse espaço, a partir de sua divulgação em outras comunidades ribeirinhas, na cidade de Santarém e junto a diferentes públicos externos, é uma expectativa das comunidades que nele investiram e investem cotidianamente. Nesse sentido, o trabalho proposto pela Paratur e pelo Museu Goeldi, de inclusão do Aritapera em seu roteiro de pesquisa e divulgação turística, atende a anseios das comunidades no que diz respeito à valorização de seus modos de fazer tradicionais.
Lançamento – Na ocasião, o Professor Antônio Maria Santos agradeceu à
Secretaria de Estado de Turismo (SETUR), à Companhia Paraense de Turismo
(PARATUR) pela oportunidade de lançar a obra. “Este livro trata-se de
um registro precioso do trabalho das mulheres de Aritapera. Nos últimos
10 anos a atividade tem se dinamizado e vai se tornando conhecida em
todo o Brasil e outros países. O livro é uma preciosidade, uma
verdadeira relíquia”, relatou.
O professor realizou a entrega do primeiro exemplar da obra à senhora Silvani Almeida Maduro, representando as mulheres da comunidade de Aritapera. Silvani já atuou como presidente da Associação das Mulheres Artesãs Ribeirinhas de Santarém (SARISAN), cargo hoje ocupado pela mãe. “É com muita honra que nós da Associação recebemos este livro que conta um pouco da nossa história e nosso trabalho. Até então nosso trabalho não era valorizado e depois da pesquisa da Professora Luciana, pudemos descobrir importância dessa atividade. Foi graças a isso que criamos a Associação em 2003”, informou.
O professor realizou a entrega do primeiro exemplar da obra à senhora Silvani Almeida Maduro, representando as mulheres da comunidade de Aritapera. Silvani já atuou como presidente da Associação das Mulheres Artesãs Ribeirinhas de Santarém (SARISAN), cargo hoje ocupado pela mãe. “É com muita honra que nós da Associação recebemos este livro que conta um pouco da nossa história e nosso trabalho. Até então nosso trabalho não era valorizado e depois da pesquisa da Professora Luciana, pudemos descobrir importância dessa atividade. Foi graças a isso que criamos a Associação em 2003”, informou.
A cantora Juliana Sinibú apresentou a riqueza da musicalidade paraense. Foto: Thiago Figueira/Paratur |
Encerramento – Ao final da cerimônia a presidente da Paratur agradeceu a
participação nas atividades destes dois primeiros dias da FITA,
lembrando que esta foi a primeira edição da bienal após a implantação do
Plano Ver-o-Pará – Plano Estratégico de Turismo do Pará. Socorro Costa
enfatizou a importância da participação dos agentes de viagens,
operadores, realizadores de eventos, imprensa especializada e outros. “O
Pará é um destino rico em produtos turísticos vendáveis e que precisa
fechar negócios”.
O carimbó de Marapanim também teve espaço
no encerramento da VI Fita. Foto: Thiago Figueira /Paratur |
A presidente da Paratur lembrou que o Pará é referência em turismo na
Amazônia, que é prioridade do Governador Simão Jatene desenvolver esse
turismo como gerador de emprego, renda e qualidade de vida à população e
as visitantes. “Que possamos confiar no trabalho do nosso governador e
construir um novo processo de turismo que começa agora, a partir da
realização da FITA 2012”.
A FITA 2012 continua neste domingo (24) e segunda-feira (25), com a
visitação da imprensa, operadores, agentes de viagens, realizadores de
eventos, representantes institucionais e outros convidados que vão
conhecer as regiões turísticas Belém, Marajó, Tapajós e Amazônia
Atlântica.
Texto: Fabrício Coleny - Paratur / GECV
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