quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bairros da Cidade Velha e da Campina são tombados em Belém‏

O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos bairros da Cidade Velha e Campina, localizados centro histórico de Belém do Pará, agora são tombados pelo Ministério da Cultura. O processo, elaborado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), foi oficializado através da portaria nº 54 publicada no último dia 10 no Diário Oficial da União, após aprovação em maio do ano passado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Ao todo três mil edificações dos dois bairros serão protegidos pelo governo federal.
Complexo Feliz Lusitânia. Foto: Jean Barbosa
Prestes a completar o 400 anos, Belém têm nos bairros da Cidade Velha e da Campina as mais valiosas edificações de sua história. Tudo começou com o Forte do Presépio, no bairro da Cidade Velha. O forte foi a primeira construção portuguesa da cidade ainda no século XVII, e além de ser o marco da fundação de Belém, em 12 de janeiro de 1616, representou também o triunfo português sobre o domínio da região. Hoje a construção faz parte de um grande complexo denominado Feliz Lusitânia, denominação que os portugueses deram a primeiro núcleo da cidade, onde é possível ver as mais importantes igrejas de Belém como a Catedral da Sé e a Igreja de Santo Alexandre, o Museu de Arte Sacra, Casa das Onze Janelas e a praça Frei Caetano Brandão.

Outros destaques da Cidade Velha é o Museu Histórico do Estado do Pará que é sediado no Palácio Lauro Sodré e abriga um variado acervo relacionado à história do estado, e o Mangal das Garças, parque naturalístico que remonta aspectos da vegetação amazônica e que possui um Farol de onde é possível ter a melhor vista panorâmica da cidade.

Além da arquitetura colonial presente no complexo Feliz Lusitânia, há também a presença de construções do século XIX e XX, marcando outra fase da história da cidade: o ciclo da borracha. Neste período, além da grande prosperidade econômica que colocou Belém como uma das mais importantes cidades do país, foi também época de grande aproximação cultural da cidade com principais potencias mundiais até então: França e Inglaterra. Esta aproximação está marcada na arquitetura do Mercado de ferro do Ver-o-Peso, maior feira livre da América Latina e principal cartão postal da cidade, e na Estação das Docas, antigo porto de Belém que, após reforma em 2000 pelo governo do estado, é referência internacional como complexo turístico e cultural.

A Companhia Paraense de Turismo (Paratur) é grande incentivadora de projetos que resgatam a memória da cidade, especialmente no centro histórico de Belém. Um exemplo disso são Roteiros Geo-turísticos, uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) com o apoio da Paratur, que desenvolve, desde o ano passado, roteiros de 15 em 15 dias no dois bairros. Os roteiros contemplam as principais edificações históricas e aspectos urbanísticos e paisagísticos da área fundação da cidade. Além disso, o grupo promove também roteiros temáticos, como em relação a fundação de Belém e em homenagem ao centenário do cinema Olympia, o cinema mais antigo do Brasil em funcionamento.

Forte do Presépio

Fundado em 12 de janeiro de 1616, a origem do Forte do Presépio confunde-se com a fundação da cidade. O espaço permite uma ampla vista para baía do Guajará e boa parte do Complexo Feliz Lusitânia. O forte sedia ainda o Museu do Encontro, que mostra peças de povos indígenas Marajoaras e Tapajônicas habitavam a região antes da chegada dos portuguesas na Amazônia.


Museu Histórico do Estado do Pará
O museu atualmente tem como sede o Palácio Lauro Sodré, construído em estilo neoclássico pelo arquiteto italiano Antônio Landi no século 18 para servir de moradia para os governadores e capitães gerias do Pará na época. O acervo do museu é diversificado, composto por composto de pinturas, mobiliário, acessórios, fotografias, entre outros bens que ajudam a contar os diferentes contextos da história do estado. O Museu freqüentemente também abriga algumas exposições.
Complexo do Ver-o-Peso
A feira do Ver-o-Peso, fundada em 1625, é a maior da América latina. Nela é possível encontrar os mais variados produtos gastronômicos da Amazônia, como as frutas e temperos. A barraca de ervas amazônicas é um importante destaque por ressaltar o sincretismo cultural do povo paraense. Os destaques da arquitetura estão com o mercado de Ferro do Ver-o-Peso e o Mercado de Carne, com detalhes em ferro fundido trazidos da Europa.

Estação das Docas

Herança do período da economia da borracha na Amazônia, a Estação das Docas é o principal turístico complexo turístico e cultural da região. Reformado pelo governo do Estado no ano 2000, a Estação das Docas ocupa o local onde funcionou o antigo porto de Belém, em 1906. Compõe o espaço 500 metros de orla fluvial, um teatro e um anfiteatro, restaurantes, lojas de artesanato, espaço para exposições e um terminal de passageiros.
Texto: WANDERSON CURCINO - GECV-PARATUR

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